4º festival américa do sul
Batida positiva: Fase terminal apresenta força do Hip Hop
18/08/2007 Marcio Breda
Corumbá (MS) – “MS, Brasil, Centro-Oeste, morô? Não é só jacaré, bem-te-vi, beija-flor... Ouça e vem devagar”. O verso da música BR-463, do grupo de Hip Hop douradense Fase Terminal mostrou na noite desta sexta-feira, durante apresentação no Festival América do Sul, qual é o alvo do movimento: A realidade.
Longe de ser chato ou querer passar lições éticas sobre o certo ou o errado. Nas letras do grupo não existe apenas um lado. Fase Terminal abusa das batidas suingadas para compor versos que falam da realidade de vida de gente – pobre, rica, negra, branca ou índia - mas que não desiste de buscar felicidade em pequenas coisas.
“O movimento Hip Hop mostra a realidade como é. Mas não nasceu para desagregar. Passamos uma mensagem principalmente de respeito, buscando fazer um som legal e uma batida diferente. Nosso ideal é esse. Unir a poesia da rua com uma batida e música contagiante”, explica Langão, um dos vocalistas do grupo.
A mensagem passada pelo grupo, durante a apresentação no Palco Manoel de Barros, é entendida por todos. Principalmente por um grupo de 10 crianças que passam todo o show executando passos de Break, o braço dançante do movimento Hip Hop.
“Danço desde os cinco anos”, explica Gabriel, do alto de seus oito anos. Pergunto se ele gosta do que faz. Com o sotaque inconfundível de Corumbá, Gabriel garante: “Ô se gosto! Tudo é legal. Os passos, a música que eles fazem e a letra também”, empolga-se o menino.
“Emociona ver a molecada curtindo o som e entendo as mensagens”, diz o HG, um dos MC´s do Fase Terminal. A mensagem de que fala HG se desdobra entre variantes diversas. Vai da dor da perda de um amigo causada pela posse irresponsável de armas ou pela balada de sábado à noite. Todas possuem dois pontos em comum: trazem sempre uma lição positiva e vão direto ao ponto.
O Fase Terminal surgiu em 1998, na vila Cachoeirinha, com a intenção de denunciar as mazelas sociais vivenciadas pela periferia da cidade. O grupo trabalha na divulgação do 1º DVD, gravado em 2005 em Dourados. Integram a banda, os MC’s Higor Vieira (HG), Sidiney Mesquita (Neguinho do rap), Moacir Quevedo (Langão), Daniele Muniz, e o DJ Aguinaldo dos Santos (Funk).
O primeiro CD do grupo, gravado em 2004, tem o título “De Bobo à Majestade” e possui 12 faixas. A primeira tiragem vendeu 2 mil cópias, colocando a banda em destaque na cultura underground sul-mato-grossense.